sábado, 30 de julho de 2016

Artemisia (Artemisia annua L.)

ARTEMÍSIA-CHINESA

Nome Científico: 
Artemisia annua  L.

Família botânica: 
Asteraceae (antiga Compositae)

Sinonímias: 
Artemisia annua fo. macrocephala Pamp.,Artemisia chamomilla C. Winkl., Artemisia stewartiiC.B. Clarke, Artemisia wadei Edgew.

Nomes populares: 
Artemísia-chinesa, losna-verde, artemísia-doce, sweet wormwood, annual wormwood, sweet annie (ENGLISH), ajenjo dulce (ESP), armoise chinese (FRA), huang hua hao, qing haosu (pinyin, China). 

Origem ou Habitat: 
Ásia, sendo planta tradicional da China e Índia.

Características botânicas: 
Erva anual, ereta, aromática, de 80-150 cm de altura, nativa na Ásia e cultivada no Brasil. Folhas compostas pinadas, de 10-15 cm de comprimento. Flores em capítulos pequenos de cor amarelada, reunidos em inflorescências paniculadas terminais.

Partes usadas: 
Folhas secas.

Uso popular: 
É utilizada há séculos na medicina tradicional da China e da Índia no tratamento do lúpus eritematoso e de crises de febre, como inseticida, herbicida e antiulcerogênica. A infusão das sementes e das folhas é utilizada para malária, enfermidades oculares e transtornos digestivos. Em uso externo é usada em hemorragias nasais, urticária, chagas e lacerações da pele.

No Brasil não foram encontradas informações sobre uso popular. 


Composição química: 
Óleo essencial: presente nas partes aéreas, tem sua concentração máxima antes da floração e sua composição é variável conforme condições ambientais e quimiotipo; é composto por monoterpenos e sesquiterpenos, destacando-se artemisia-cetona, 1,8-cineol e cânfora.
Compostos sesquiterpênicos: artemisinina, desoxiartemisinina, ácido artemisínico, arteanuinas A, B, C, E e F, artemisiteno ou dehidroxiartemisinina, artemisinol, ácido dihidroarteanuico, dihidro-epideoxiarteanuina, ácido epoxiartemisínico.
Flavonóides: quercetagetina-3-metiléster, quercetagetina-6-7-4’-trimetiléter, quercetagetina-3’,4’,6’,7-tetrametiléter, dihidroxi-tetrametoxiflavona, trihidroxi-trimetoxiflavona, tetra-O-metildioxiflavona, campferol, 6-metoxicampferol, quercetina, artemetina, casticina, cirsilineol, crisosplenol D, crisoplenetina.
Outros compostos: cumarinas (esculetina, escopoletina), derivados poliacetilênicos (anuadiepóxido, ponticaepóxido), lipídeos (nonacosanol, 2-metiltricosan-8-ona-23-ol, hentriacontanil-tricontanoato, dimetiltriacontano).


Ações farmacológicas: 
Esta planta já foi extensamente estudada na China na década de 80. Há ensaios laboratoriais e clínicos comprovando a ação antimalárica da artemisina (que por ser hidrossolúvel pôde ser utilizada também na forma de infusão), com maior efetividade nos casos de malária cloroquino-resistente e potencializada por flavonóides presentes na planta. A artemisina age especialmente sobre o Plasmodium falciparum (mas também sobre P. vivax e P. ovale) e tem também ação contra células malignas. O óleo essencial apresenta atividade antifúngica e não irrita a pele. O extrato bruto etanólico demonstrou atividade antiulcerogênica em ratas. Possui efeito antibiótico contra várias lesões fúngicas de pele e contra leptospirose. 

Interações medicamentosas: 
Possuem efeitos sinérgicos com outras drogas usada para malária. A artemisina demonstrou efeito sinérgico com mefloquina; os flavonóides crisoplenol D CE crisoplenetina com berberina e norfloxacina; artemisina e artesunato de sódio com os antibióticos tetraciclina e doxiciclina. 

Efeitos adversos e/ou tóxicos: 
As infusões e outras formas galênicas são em geral bem toleradas.

Contra-indicações: 
A artemisina atravessa as barreiras hemotoencefálica e placentária, sendo contra-indicada durante a gravidez. Em gestantes com malária a decisão de uso deve avaliar a relação custo-benefício. Sua segurança em durante a amamentação e em crianças menores de 6 anos não foi suficientemente comprovada. A OMS recomenda que não se utilize a artemisinina ou seus derivados para profilaxia, reservando-os para tratamentos curativos de malária por Plasmodium falciparummultirresistente, sob prescrição médica.


   


Referências:
ALONSO, Jorge. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. 1. ed. Argentina, Rosario: Corpus Libros, 2004. Pp. 85-88.
BRUNETON, Jean. Farmacognosia. Fitoquímica. Plantas Medicinales. Trad. Á. V. del Fresno; E. C. Accame; M. R. Lizabe. 2. ed. Zaragoza, Espanha: Acribia, 2001. Pp. 615-619.
CHEVALLIER, Andrew. The Encyclopedia of Medicinal Plants. London: Dorling Kindersley, 1996. Pp. 64.
LORENZI, Harri; MATOS, Francisco José de Abreu. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. Pp. 140.
http://www.tropicos.org/Name/2701754?tab=synonyms - Acesso 30 Março 2015.

Nenhum comentário:

Postar um comentário