sábado, 30 de julho de 2016

Batata Doce (Ipomoea batatas (L.) Lam.)

BATATA-DOCE

Nome Científico: 
Ipomoea batatas  (L.) Lam.

Família botânica: 
CONVOLVULACEAE

Sinonímias: 
Convolvulus batatas L., Convolvulus denticulatus Lam., Convolvulus edulis Thunb.,Convolvulus esculentus Salisb., Convolvulus tuberosus Vell., Ipomoea batatas fo. trifida Moldenke,Ipomoea batatas var. edulis (Thunb.) Makino,Ipomoea indica var. variabilis (Schltdl. & Cham.) L.O. Williams, Ipomoae triloba L., etc. 

Nomes populares: 
Batata-doce, batata-da-terra, batata-da-ilha, jetica, jatica, ye'tika (tupi), etc.

OBS.: "Batata-doce" é uma referência ao gosto doce de seu tubérculo comestível. 


Origem ou Habitat: 
México.



Características botânicas: 
Herbácea de caule rasteiro, folhas simples, membranáceas, 3-6 lobadas, flores campanuladas de cor variável (róseas ou branco-violáceas). Raízes em forma de tubérculos, de sabor doce e rico em fécula que são classificados em variedades de acordo com as cores externa e interna nos tipos "branco", os que têm casca e polpa brancas; "amarelo", os que têm casca amarela e polpa amarelo-avermelhada; "vermelho", os que têm casca vermelha e polpa branca; e "roxos" que têm casca roxa e polpa branco-arroxeada.

Partes usadas: 
tubérculo, raiz e folhas.

Uso popular: 
O tubérculo é usado na alimentação como fonte de energia. Os índios mexicanos a consumiam para as grandes caminhadas.
Suas folhas cozidas servem para afecções da boca e garganta e são consideradas adstringentes, bactericidas, fungicidas, laxativas e tônicas. Os brotos e as folhas novas são usadas como cataplasma para tumores. O chá das folhas é indicado para aumentar a lactação.


Composição química: 
Amido, flavonóides livres e glicosilados, derivados do ácido caféico, glicosídeos do nerol e do borneol, triterpenóides especiais.

Ações farmacológicas: 
Os extratos aquoso e alcóolico dos tubérculos tem atividade antimicrobiana.
Devido ao conteúdo em b-carotenos são considerados antioxidantes.


Efeitos adversos e/ou tóxicos: 
A planta é comestível, porém, quando estiver infectada pelo fungo Cerattos-tomella fimbriata sua ingestão pode causar grave intoxicação, produzindo sensação de falta de ar, perda de apetite e vômitos (Robineau, 1995 apud Lorenzi & Matos, 2002).


Referências:
LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 1ª.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002.
KINUPP, V.F., LORENZI, H. Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil. 1ª.ed. São Paulo, SP: Instituto Plantarum, 2014.
Nascimento, O.C., et al – “Caracterização química e informação nutricional de fécula de batata-doce (Ipomoea batatas L.) orgânica e biofortificada” . Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável http://revista.gvaa.com.br , 1981 – Acesso 28 Abril 2015.

http://www.tropicos.org/Name/8500721 - Acesso 27 Abril 2015.

Beldroega (Portulaca oleraceae L.)

BELDROEGA 

Nome Científico: 
Portulaca oleraceae  L.

Família botânica: 
Portulacaceae

Sinonímias: 
Portulaca oleracea var. sylvestris (L.) DC., Portulaca parvifolia Haw., Portulaca sativa Haw. 

Nomes populares: 
beldroega-pequena, beldroega-verdadeira, beldroega-vermelha, beldroega-da-horta, caaponga, ora-pro-nobis, bredo-de-porco, onze-horas, ma chi xian shu (China), etc. 



Origem ou Habitat: 

Distribuição na região Neotropical :
• Portulacaceae são cosmopolitas, com 25-30 gêneros e 450-500 espécies. A maioria dos gêneros e espécies ocorrem no oeste da América do Norte, América do Sul e África, com alguns representantes na Europa e Ásia.
• Na América tropical e nas regiões limítrofes, existem cerca de 11 gêneros e 170 espécies provavelmente. 


Características botânicas: 
Herbácea prostrada, anual, suculenta, ramificada, glabra, ramos rosados de 20-40cm de comprimento. Flores solitárias, axilares, amarelas, que abrem-se apenas de manhã.

Partes usadas: 
Planta toda, folhas, caules e sementes.

Uso popular: 
A beldroega é considerada uma planta refrescante.
É empregada internamente contra disenteria (principalmente infantil), enterite aguda, mastite e hemorróidas.
Afecções do fígado, dos rins e da bexiga, cálculos biliares, escorbuto (Planta toda).
Azia, erisipela, inflamação dos olhos, afecções das vias urinárias (folhas e caules).
Externamente é usada em queimaduras, úlceras, feridas e nevralgias. O suco é efetivo, no tratamento de doenças de pele.
Distúrbios menstruais, afecções das vias urinárias, verminose (sementes).
É uma planta comestível, podendo ser consumidos talos e folhas quando tenros e verdes, crus ou refogados.
As raízes são amargas e duras.
Indígenas das Guianas usam-na contra diabetes, para problemas digestivos e como emoliente e, externamente, como ungüento para problemas musculares.
No Vietnan é usada a associação do suco de beldroega (P. oleracea) juntamente comCentella asiatica para tratamento de resfriados, gripe, cefaléia, anorexia e constipação. (Alonso, 2004). 


Composição química: 
Ácidos fenólicos (ácido clorogênico, ácido caféico); Flavonóides (rutina, miricetina, canferol, apigenina, quercetina, luteolina e hesperidina); Noradrenalina e Dopamina; Ácido ascórbico; b-caroteno; Ácido graxo a-linolênico; Alcalóides fenólicos (oleraceins A, B, C, D e E).

Análise alimentícia em g/100g: proteínas (1,60g), lipídeos (0,40g), carboidratos (2,50g), cálcio (140,00g), fósforo (493,00mg), ferro (3,25mg), retinol (250,00mg), vitamina B1 (20,00mg), vitamina B2 (100,00mg), niacina (0,50mg), vitamina C (26,80mg). (Franco, G., 1992).

Observação: Os ácidos fenólicos e flavonóides foram em estudos com beldroegas tailandesas; os alcalóides fenólicos, a noradrenalina e dopamina foram em estudos com ervas chinesas e o ácido a-linolênico e b-caroteno foram em estudos com beldroegas australianas.
Os alcalóides fenólicos são uma nova classe de antioxidantes descobertos em P. oleracea.
A hesperidina e ácido caféico foram isolados pela 1ª vez em amostras chinesas em 2007.


Ações farmacológicas: 
Estudos concluiram que o chá tem efeito hipertensivo em ratos (devido a presença de catecolaminas) e atividade relaxante da musculatura esquelética.(Lorenzi, 2008)
Atividade antioxidante, anti-hemorrágica, relaxante muscular, broncodilatadora. 


Contra-indicações: 
Não deve ser usada na gravidez e em pessoas com problemas digestivos e de pressão alta.

Posologia e modo de uso: 
Uso interno
Decocção: 40g da planta toda para um litro de água. Tomar 3 a 4 xícaras ao dia.
Suco fresco (folhas e caules): tomar uma colher (sopa) 1 a 2 vezes ao dia.
Uso externo: folhas e caules amassados, para aplicação tópica, sob a forma de emplastros e chá por decocção das folhas sob a forma de compressas. 



 


Referências:
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

CARIBÉ, J.; CAMPOS, J.M. Plantas que ajudam o Homem: Guia prático para a Época Atual. São Paulo: Pensamento,1991.

FRANCO, G. Tabela de composição química dos alimentos. 9ªed. São Paulo: Atheneu, 1992.

HABTEMARIAM S. , HARVEY A.L. , WATERMAN, P.G. As propriedades relaxantes musculares de Portulaca oleracea estão associados com altas concentrações de íons potássio. J. Ethnopharmacology, [S.I], v. 40, n. 3, p. 195-200, dez. 1993.

JUAN CHEN; SHI YAN-PING; LIU JING-YAN. Determinação de noradrenalina e dopamina em chinês extratos de ervas de Portulaca oleracea L. por cromatografia líquida. Jornal da cromatografia A., [S.I.], v. 1003, n. 1-2, p. 127-132, 2003.

LAN XIANG; DONGMING XING ; WANG WEI. Alcalóides de Portulaca oleracea L. Phytochemistry A. Amsterdam, vol. 66, n. 21 p. 2595-2601, 2005.

LIM, YY; QUAH, EPL :Propriedades antioxidantes de diferentes cultivares de Portulaca oleracea. Química de Alimentos , [S.I.], v.103, n.3, p.734-740, 2007.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

MALEK F. et al. Broncodilatory effect of Portulaca oleracea in airways of asthmatic patients. J. Ethnopharmacology, [S.I], v. 93, n. 1, p. 57-62, 2004.

SHOBEIRI S.F. et al. Portulaca oleracea L. no Tratamento de Pacientes com Sangramento Uterino Anormal: um ensaio clínico piloto.Phytother, [S.I.], v. 23, n. 10, p. 4-1411, out. 2009.

SIRIAMORNPUN S.; SUTTAJIT M. Microchemical Components and Antioxidant Activity of Different Morphological Parts of Thai Wild Purslane (Portulaca oleracea). Weed Science. [S.I.], v. 58, n. 3, p. 182-188, jul-sep. 2010.

XUEQIN X.; LISHUANG Y.; GUONAN C. Determination of flavonoids in PortulacaoleraceaL. by capillary electrophoresis with electrochemical detection. Journal of Pharmaceutical and Biomedical Analysis. [S.I.], 3 Mai 2006, v. 41, n. 2, p. 493-499.

ZI-JUAN, Y., YI-NAN, Z., LAN, X. Study on chemical constituents of Portulaca oleracea. Zhong Yao Cai Journal of Chinese, [S.I.], 2007, v. 30, n. 10, p. 1248-1250.

ZHU, H.; WANG, Y.; LIU, Y. Analysis of Flavonoids in Portulaca oleracea L. by UV–Vis Spectrophotometry with Comparative Study on Different Extraction Technologies. Food Analytical Methods,Jun. 2010, v. 3, n. 2, p. 90-97.

http://www.tropicos.org - Acesso em: 26 maio 2011.

http://ci-67.ciagri.usp.br/pm/index.asp - Acesso em: 20 maio 2011.

http://www.kew.org/science/tropamerica/neotropikey/families/Portulacaceae.htm - Acesso em: 14 junho 2011.

Babosa (Aloe vera (L.) Burm. f.)

BABOSA

Nome Científico: 
Aloe vera  (L.) Burm. f.

Família botânica: 
Xanthorrhoeaceae (antigamente Liliaceae, recentemente Asphodelaceae)

Sinonímias: 
Aloe barbadensis Mill., Aloe chinensis(Haw.) Baker, Aloe perfoliata var. vera L., (http://www.tropicos.org/Name/18403421), etc.



Nomes populares: 
Aloé, babosa, babosa-grande, babosa-medicinal, erva-babosa, aloé-do-cabo, caraguatá-de-jardim (Brasil)(LORENZI & MATOS, 2002),aloes (Spanish), Barbados aloe (English, United States), bitter aloe (English, United States), lu hui (Pinyin, China), ( http://www.tropicos.org/Name/18403421), sábila, aloe del Mediterraneo, acíbar, zábila (Espanhol),etc. 

Origem ou Habitat: 
Existem ao redor de 360 espécies de aloes que habitam em zonas tropicais. Alguns autores acreditam que a Aloe vera é originária da Ilha de Socotra (noroeste da África), entre a Somália e Yemen, sendo subespontânea na zona do Mediterrâneo (norte da África e sul da Europa).
Pertence ao grupo de plantas xerófitas, isto é, muito adaptadas a ambientes secos (ALONSO, 2004).


Características botânicas: 

Planta herbácea, suculenta, medindo até 1 m de altura. Tem folhas grossas, dispostas em roseta presas a um caule muito pequeno. As folhas quando cortadas deixam escorrer um suco viscoso, amarelado e amargo. É cultivada para fins medicinais e cosméticos, e cresce de forma subespontânea em toda a região Nordeste do Brasil. Prefere solo arenoso e não exige muita água. Multiplica-se por separação de brotos laterais.
Existem outras espécies deste gênero, com usos semelhantes no Brasil, das quais as mais importantes são a Aloe arborescens Mill. e Aloe ferox Mill.


Partes usadas: 
gel (parte mucilaginosa), látex (suco, exsudato ou acíbar).

Uso popular: 
é indicada como cicatrizante em casos de queimaduras e ferimentos superficiais da pele, hemorróidas inflamadas, contusões, entorses e dores reumáticas, além de ser muito usada pelas mulheres para o trato dos cabelos.(LORENZI & MATOS, 2002)

Composição química: 

Gel: polissacarídeos mucilaginosos, destacando-se os glicomananos e mananos (0,2% a 0,3% do gel fresco). O acemanan é uma mescla de polissacarídeos complexos do tipo B-(1-4)-manano O-acetilados, sendo o principal componente carboidratado. Em menor medida encontram-se polissacarídeos de alto PM aloérido, constituído por glicose, manose e arabinose.
Látex ou exsudato das folhas: derivados antracênicos (15-30%) encontrados sob a forma de heterosídeos (barbaloína, b-barbaloína, e iso-barbaloína) e somente uma pequena parte corresponde a derivados antracênicos livres (< 1%)(aloe-emodina).
NOTA: A maioria dos autores consideram a ALOÍNA e a BARBALOÍNA como sinônimos.
Outros: água (95%), ácidos essenciais, proteínas, glicoproteínas (lectinas), ácidos orgânicos (ácidos hexurônicos, pteroilglutâmico e glicurônico), enzimas (oxidase, catalase, amilase, aliinase), oxalato de cálcio, saponinas, saponinas esteroidais, hidroxicromonas, penta-hidroxiflavonas, etc. Foram identificados amino ácidos essenciais: lisina, treonina, triptofano, leucina, isoleucina, fenilalanina, metionina, valina; e amino ácidos não essenciais: ácido glutâmico, serina, ácido aspártico, glicina, alanina, prolina, erginina, tiramina e histidina. 


Observações: 
A palavra "aloe" do árabe "Alloeh" significa amargo. 


 


Referências:
ALONSO, 2004
LORENZI & MATOS, 2002
http://www.tropicos.org/Name/18403421 acesso em 02 de julho de 2012
http://www.botanical-online.com/medicinalsaloevera.htm - acesso em 01 de outubro de 2012. 

Artemisia (Artemisia annua L.)

ARTEMÍSIA-CHINESA

Nome Científico: 
Artemisia annua  L.

Família botânica: 
Asteraceae (antiga Compositae)

Sinonímias: 
Artemisia annua fo. macrocephala Pamp.,Artemisia chamomilla C. Winkl., Artemisia stewartiiC.B. Clarke, Artemisia wadei Edgew.

Nomes populares: 
Artemísia-chinesa, losna-verde, artemísia-doce, sweet wormwood, annual wormwood, sweet annie (ENGLISH), ajenjo dulce (ESP), armoise chinese (FRA), huang hua hao, qing haosu (pinyin, China). 

Origem ou Habitat: 
Ásia, sendo planta tradicional da China e Índia.

Características botânicas: 
Erva anual, ereta, aromática, de 80-150 cm de altura, nativa na Ásia e cultivada no Brasil. Folhas compostas pinadas, de 10-15 cm de comprimento. Flores em capítulos pequenos de cor amarelada, reunidos em inflorescências paniculadas terminais.

Partes usadas: 
Folhas secas.

Uso popular: 
É utilizada há séculos na medicina tradicional da China e da Índia no tratamento do lúpus eritematoso e de crises de febre, como inseticida, herbicida e antiulcerogênica. A infusão das sementes e das folhas é utilizada para malária, enfermidades oculares e transtornos digestivos. Em uso externo é usada em hemorragias nasais, urticária, chagas e lacerações da pele.

No Brasil não foram encontradas informações sobre uso popular. 


Composição química: 
Óleo essencial: presente nas partes aéreas, tem sua concentração máxima antes da floração e sua composição é variável conforme condições ambientais e quimiotipo; é composto por monoterpenos e sesquiterpenos, destacando-se artemisia-cetona, 1,8-cineol e cânfora.
Compostos sesquiterpênicos: artemisinina, desoxiartemisinina, ácido artemisínico, arteanuinas A, B, C, E e F, artemisiteno ou dehidroxiartemisinina, artemisinol, ácido dihidroarteanuico, dihidro-epideoxiarteanuina, ácido epoxiartemisínico.
Flavonóides: quercetagetina-3-metiléster, quercetagetina-6-7-4’-trimetiléter, quercetagetina-3’,4’,6’,7-tetrametiléter, dihidroxi-tetrametoxiflavona, trihidroxi-trimetoxiflavona, tetra-O-metildioxiflavona, campferol, 6-metoxicampferol, quercetina, artemetina, casticina, cirsilineol, crisosplenol D, crisoplenetina.
Outros compostos: cumarinas (esculetina, escopoletina), derivados poliacetilênicos (anuadiepóxido, ponticaepóxido), lipídeos (nonacosanol, 2-metiltricosan-8-ona-23-ol, hentriacontanil-tricontanoato, dimetiltriacontano).


Ações farmacológicas: 
Esta planta já foi extensamente estudada na China na década de 80. Há ensaios laboratoriais e clínicos comprovando a ação antimalárica da artemisina (que por ser hidrossolúvel pôde ser utilizada também na forma de infusão), com maior efetividade nos casos de malária cloroquino-resistente e potencializada por flavonóides presentes na planta. A artemisina age especialmente sobre o Plasmodium falciparum (mas também sobre P. vivax e P. ovale) e tem também ação contra células malignas. O óleo essencial apresenta atividade antifúngica e não irrita a pele. O extrato bruto etanólico demonstrou atividade antiulcerogênica em ratas. Possui efeito antibiótico contra várias lesões fúngicas de pele e contra leptospirose. 

Interações medicamentosas: 
Possuem efeitos sinérgicos com outras drogas usada para malária. A artemisina demonstrou efeito sinérgico com mefloquina; os flavonóides crisoplenol D CE crisoplenetina com berberina e norfloxacina; artemisina e artesunato de sódio com os antibióticos tetraciclina e doxiciclina. 

Efeitos adversos e/ou tóxicos: 
As infusões e outras formas galênicas são em geral bem toleradas.

Contra-indicações: 
A artemisina atravessa as barreiras hemotoencefálica e placentária, sendo contra-indicada durante a gravidez. Em gestantes com malária a decisão de uso deve avaliar a relação custo-benefício. Sua segurança em durante a amamentação e em crianças menores de 6 anos não foi suficientemente comprovada. A OMS recomenda que não se utilize a artemisinina ou seus derivados para profilaxia, reservando-os para tratamentos curativos de malária por Plasmodium falciparummultirresistente, sob prescrição médica.


   


Referências:
ALONSO, Jorge. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. 1. ed. Argentina, Rosario: Corpus Libros, 2004. Pp. 85-88.
BRUNETON, Jean. Farmacognosia. Fitoquímica. Plantas Medicinales. Trad. Á. V. del Fresno; E. C. Accame; M. R. Lizabe. 2. ed. Zaragoza, Espanha: Acribia, 2001. Pp. 615-619.
CHEVALLIER, Andrew. The Encyclopedia of Medicinal Plants. London: Dorling Kindersley, 1996. Pp. 64.
LORENZI, Harri; MATOS, Francisco José de Abreu. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. Pp. 140.
http://www.tropicos.org/Name/2701754?tab=synonyms - Acesso 30 Março 2015.

Aroeira (Schinus terebinthifolia Raddi)

AROEIRA

Nome Científico: 
Schinus terebinthifolia  Raddi

Família botânica: 
Anacardiaceae

Sinonímias: 
Sacortheca bahiensis Turcz., Schinus mellisii Engl., Schinus mucronulata Mart., Schinus terebinthifolia var. damaziana Beauverd, Schinus terebinthifolia var. raddiana Engl.(4)


Nomes populares: 
Aroeira, aroeira-branca, aroeira-da-praia, aroeira-do-brejo, aroeira-do-campo, aroeira-do-paraná, aroeira-mansa, aroeira-negra, aroeira-pimenteira, aroeira-precoce, aroeira-vermelha, aguaraíba, bãlsamo, cabuí, Cambuí, coração-de-bugre, corneíba, fruto-de-raposa, fruto-de-sabiá(4), coração-de-bugre(7).

Características botânicas: 
“Árvore mediana com 5-10 m de altura, perenifólia, dióica, de copa larga e tronco com 30-60 cm de diâmetro, revestido de casca grossa. Folhas compostas imparipinadas, com 3 a 10 pares de folíolos aromáticos, medindo de 3 a 5 cm de comprimento por 2 a 3 cm de largura. Flores masculinas e femininas muito pequenas, dispostas em panículas piramidais. Fruto do tipo drupa, globóide, com cerca de 5 cm de diâmetro, aromático e adocicado, brilhante e de cor vermelha, conferindo às plantas, na época da frutificação, um aspecto festivo. Ocorre ao longo da Mata Atlântica desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Pode ser cultivada a partir de sementes ou por estaquia.”(4)

Uso popular: 
As cascas em decocção em banhos de assento são usadas principalmente por mulheres por vários dias após o parto como antiinflamatório e cicatrizante(4), além de serem indicados para reumatismos, artrite, distensões, dores e fraquezas musculares, ciática e inflamações em geral.² As preparações feitas com suas cascas podem ser usadas no tratamento tópico de ferimentos na pele e das mucosas em geral, infectados ou não, nos casos de cervicite e hemorróidas inflamadas, e inflamações das gengivas e da gargantas na forma de gargarejos, bochechos e compressas feitas com o cozimento.4 A casca é também utilizada no tratamento de doenças dos sistemas urinário e respiratório, hemoptise, hemorragia uterina, azia, gastrite(4) como depurativa, febrífuga, no tratamento de afecções uterinas(7) e para uso local em menorragia e leucorréia(5). A decocção da entrecasca é utilizada em uso interno para tosse, , diarréia e reumatismo(5). As folhas e frutos são adicionados à água de lavagem de feridas e úlceras(4). Na região do Vale do Ribeira(SP), o macerado das folhas em aguardente é usado externamente como cicatrizante, analgésico e contra coceiras(7). A infusão das folhas é usada internamente contra reumatismo(4) e a mastigação das folhas frescas é indicada como cicatrizante e para gengivites(7). Ferver a aroeira com folha de batata é indicado para gargarejos em problemas de afecções das cordas vocais.² Outras indicações medicinais incluem seu uso como tônica, diurética, estimulante, analgésica, adstringente(7), hemorragia/sangramento, calafrios, gripes, resfriados, conjuntivite, hemoptise, ¹ Os frutos são usados como substitutos de pimenta, vendidos como “pimenta-rosa”.¹ Além dos usos medicinais, fornece madeira para mourões, lenha e carvão, e é amplamente cultivada na arborização de ruas e praças(4). 

Composição química: 
“[...] alto teor de tanino, biflavonóides e ácidos triterpênicos nas cascas e de até 5% de óleo essencial formado por mono e sesquiterpenos nos frutos e nas folhas. Em todas as partes da planta foi identificada a presença de pequena quantidade de alquil-fenóis, substâncias causadoras de dermatite alérgica em pessoas sensíveis(4).” Os principais componentes do óleo essencial das folhas foram α-pineno, β-mirceno, ∆-2-careno, p-cimeno e limoneno, e dos frutos trans-carveol, carvacrol, limoneno glicol, elemol, óxido de cariofileno, 10-epi-γ-eudesmol, β-eudesmol e α-eudesmol(6). Nas folhas da planta foram encontrados os seguintes minerais: cálcio (2020 mg/100 g), cobre (1,11 mg/100 g), ferro (6,70 mg/100 g), magnésio (97,9 mg/100 g), manganês (3,04 mg/100 g), zinco (2,26 mg/100 g) e sílica (0,2%).³

Ações farmacológicas: 
Antiinflamatória, cicatrizante, antimicrobiana para fungos e bactérias(4), tônica, adstringente, anti-reumática(5), anticancerígena, antidepressiva, antihepatotóxica, antiviral, afrodisíaca, digestiva, diurética.¹ 

Efeitos adversos e/ou tóxicos: 
Podem aparecer fenômenos alérgicos na pele e mucosas; caso isso aconteça, suspenda o tratamento e procure o médico o mais cedo possível(4). Os frutos podem causar irritação do trato gastrointestinal.¹ 

Contra-indicações: 
Sugere-se o uso com moderação, evitando-se o uso prolongado, por tratar-se de espécie com vários efeitos tóxicos(7). Não deve ser usada em gestantes, pois foi observado em laboratório efeito de contração uterina.

Observações: 
A aroeira-do-sertão (Myracrodruon urundeuva Allemão) possui as mesmas propriedades e pode ser usada da mesma maneira, para as mesmas indicações, em sua região de ocorrência mais para o interior do país, enquanto a espécie descrita é mais acessível às populações do litoral(4). Aroeira salso (Schinus molle L.) também é utilizada como medicinal e na culinária. 


Referências:
1. DUKE, James A.; BOGENSCHUTZ-GODWIN, Mary Jo; OTTESEN, Andrea R. Duke’s Handbook of Medicinal Plants of Latin America. [s. l.]: CRC Press, [2009?]. Pp. 610-612.
2. FRANCO, Ivacir João; FONTANA, Vilson Luiz. Ervas e Plantas: A Medicina dos Simples. 9 ed. Erexim-RS: Livraria Vida, 2004. Pp. 124.
3. LOPES, Maria de Fátima Gomes et al. Estudo mineral de plantas medicinais. In: SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL. 16, 2000, Recife-PE. MAIA, Maria B. S. (pres. comiss. org.). Livro de resumos. [Recife, 2000?]. Pp. 125.
4. LORENZI, Harri; MATOS, Francisco José de Abreu. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008. Pp. 63-64.
5. MATOS, F. J. Abreu. O Formulário Fitoterápico do Professor Dias da Rocha. 2 ed. Fortaleza: UFC, 1997. Pp. 70-71.
6. SANTOS, Wellington Oliveira et al. Estudo comparativo dos constituintes químicos do óleo essencial das folhas e frutos da aroeira da praia. In: SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL. 16, 2000, Recife-PE. MAIA, Maria B. S. (pres. comiss. org.). Livro de resumos. [Recife, 2000?]. Pp. 144.
7. STASI, Luiz Claudio di; HIRUMA-LIMA, Clélia Akiko. Plantas Medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica. 2 ed. rev. e ampl. São Paulo: UNESP, 2002. Pp. 344-350.

Alfavaca (Ocimum basilicum L.)

ALFAVACA 

Nome Científico: 
Ocimum basilicum  L.

Família botânica: 
Lamiaceae ( Labiatae )

Sinonímias: 
Ocimum thyrsiflorum L., Ocimum basilicum var. thyrsiflorum (L.) Benth.

Nomes populares: 
Alfavaca-cheirosa, basilicão, basilico-grande, manjericão-de-molho, folhas-largas-dos-cozinheiros, manjericão-da-folha-larga, manjericão-doce. 

Origem ou Habitat: 
Ásia tropical.

Características botânicas: 
É uma erva anual com caule quadrangular muito ramificado, quase glabro na base e com pelos macios no topo, cerca de 60 cm de altura, formando touceira. Folhas com 2,5 – 7,5 cm de comprimento, 1,5 – 4 cm de largura, simples, opostas, pecioladas, ovadas ou ovadas-lanceoladas, com margens serradas ou inteiras e ciliadas. Inflorescência tipo cacho terminal, com 6 flores em cada nó. Flores brancas ou ligeiramente violáceas, cerca de 0,8cm de comprimento, formando pseudo-umbelas axilares nas partes superiores dos ramos ou nas extremidades dos galhos.

OBS.:Existem várias raças, subespécies ou quimiotipos de Ocimum basilicum L., além de outras espécies de Ocimum. Ocimum americanum L. também conhecido como manjericão ou manjericão de folha miúda (foto abaixo) é usada para os mesmos fins da O. basilicum L..
Outra espécie (Ocimum sp.) muito apreciada na Ilha de Santa Catarina é chamada alfavaca de peixe (foto abaixo). 


Partes usadas: 
Folhas e sumidades floridas. 

Uso popular: 
As folhas são usadas internamente como estomáquico, carminativo, antiespasmódico, em gastrite, constipação, em reumatismo, inflamação das mucosas do trato urogenital e, eventualmente, como diurético e galactagogo, além de estimulante do apetite. O infuso das partes aéreas é também indicado contra catarro, em casos de tosse, coqueluche, rouquidão (chá adicionado de gemada, uma gema de ovo batida com açúcar), em casos de inflamação das vias urinárias, e para casos de frieira. Externamente, o infuso é recomendado para banhos
Como gargarejo em inflamações da garganta e aftas, bem como na preparação de compressas para feridas.
O extrato alcoólico pode ser incorporado em pomadas para o tratamento de feridas de difícil cicatrização.


Composição química: 
Nas partes aéreas: óleo essencial contendo linalol, estragol, eugenol, pineno, cineol, lineol, cinamato de metila, etc.; flavonóides principalmente xantomicrol e heterosídeos da quercetina e do kaempferol; cumarina (esculetina);
Análise alimentícia sobre 100 g de folhas frescas: calorias 43, água 86,5%, proteínas 3,3g, lipídeos 1,2g, hidratos de carbono 7g, fibras 2g, cinzas 2g, cálcio 320mg, fósforo 38mg, ferro 4,8mg, sódio 12mg, potássio 429mg, caroteno 4500ug, tiamina 0,08mg, riboflavina 0,35mg, niacina 0,80mg e ácido ascórbico 27mg.


Ações farmacológicas: 
A atividade anti-ulcerogênica de extratos aquosos e metanólicos das folhas parece estar relacionada aos flavonóides presentes.
O óleo essencial possui atividades anti-helmíntica, antifúngica in vitro e antimicrobiana.


Interações medicamentosas: 
não há relatos

Efeitos adversos e/ou tóxicos: 
Nas doses indicadas não apresenta toxicidade. Evitar o uso do óleo essencial. 

Contra-indicações: 
o chá não é adequado durante a gravidez. 

Posologia e modo de uso: 
O infuso é preparado com 1 – 2 colheres de chá (2 – 4 g) de folhas rasuradas adicionadas a 150 ml de água fervente, se necessário use durante 15 dias e faça uma pausa de 7 dias.
pode ser usada a tintura de alfavaca para tratar micose de unha, uma gota embaixo da unha 2 vezes ao dia. 


Observações: 
O uso deve ser de folhas frescas. 


Referências:
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

BISSET, N.G. (Ed.) Herbal Drugs and Phytopharmaceuticals. 4.ed. Stuttgart Medpharm, Boca Raton: CRC Press, 1994.

CORDEIRO, H.M. et al. Atividade antifúngica in vitro de óleos essenciais contra o gênero Tri-Chophyton. In: XIV SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL,1996, Florianópolis. Resumos. p. 151.

GIRRE, L. La Santé Par Les Plantes. Rennes: Edilarge S.A., 1992.

HOPPE, H. A. Taschenbuch der Drogenkunde. Berlin: Walter de Gruyter, 1981.

NAKAMURA, C.V. Atividade antifúngica do óleo essencial de Ocimum gratissimum L. In: In: XIV SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL,1996, Florianópolis. Resumos. p. 125.

POUSSET, J. L. Plantes Medicinales Africaines: Utilization Pratique. Paris: Agence de Cooperation Ellipses Culturelle et Technique, 1989.

THESEN, R.; SCHULZ, M.¡ BRAUN, R. Ganz oder teilweise negativ bewertete Arzneistoffe. Basilicumöl Pharm. Ztg., v.137, n.38, p.2-2900, 1992.

VAN HELLEMONT, J. Compendium de phytothérapie. Bruxelles: Association Pharmaceutique Belge, 1986.

http://www.tropicos.org Acesso em: 17 de maio de 2011.

http://www.hawriverprogram.org/NCPlants/Ocimum_basilicum_page.html Acesso em: 03 de junho de 2011.

Alecrim (Rosmarinus officinalis L.)

ALECRIM

Nome Científico: 
Rosmarinus officinalis  L.

Família botânica: 
Lamiaceae (Labiatae)

Sinonímias: 
Salvia rosmarinus (L.)Schleid.


Nomes populares: Rosmarino, rosmarinho, alecrim-de-jardim, alecrim-de-cheiro, alecrim-da-horta, alecrim-rosmarinho, rozmarin, rosmarino, erva-da-graça, etc

Origem ou Habitat: 
o alecrim vegeta espontaneamente em terrenos pedregosos e arenosos no litoral dos países mediterrâneos, entre o norte da África e sul da Europa. A espécie está aclimatada ao Brasil, sendo cultivada em hortas e jardins(SILVA JUNIOR, 2003).

Características botânicas: 
Subarbusto lenhoso, ereto, pouco ramificado, perene medindo cerca de 1,5 m de altura. Folhas com 1,3 – 4 cm de comprimento e 0,1 – 0,3 cm de largura, lanceolada, opostas cruzadas, sésseis simples, lineares, coriáceas, com margens recurvadas, face superior verde rugosa, face inferior esbranquiçada. Inflorescências axilares, do tipo racemo, flores azuladas, pequenas, cerca de 1 cm de comprimento. 

Partes usadas: 
Ramos com folhas e flores.


Uso popular: 
O uso interno das folhas é indicado como carminativo, antiespasmódico, colerético, colagogo, antifebril, antimicrobiano, diurético, tônico, calmante, em distúrbios estomacais, cardíacos, em dores de cabeça e em bronquites. As folhas são usadas também como condimento.
Externamente, as folhas são usadas para a lavagem de feridas, afecções do couro cabeludo, em olho vermelho em pessoas com pterígio, em banhos para dores musculares.
Externamente usar a tintura das folhas com álcool de cereais ou cachaça para dores musculares e articulares.
As folhas secas, na forma de saches, são usadas para espantar insetos em guarda-roupas e como defumador, quando a planta é queimada diretamente. 


Composição química: 
As folhas do alecrim apresentam até 2,5% de óleo essencial, cujos principais constituintes são 1,8-cineol (= eucaliptol, 15 a 30%), cânfora (15 a 25%), alfa pineno (até 25%) e outros monoterpenos. Outras substâncias presentes no alecrim são flavonóides, taninos de Labiatae (derivados do ácido rosmarínico), lactonas diterpênicas, diterpenos fenólicos carnosol e ácido carnósico, ácidos e alcoóis triterpênicos. 

Ações farmacológicas: 
Preparações com a planta apresentaram, em animais, ações espasmolítica sobre as vias biliares e intestino delgado, efeito inotrópico positivo e aumento da circulação coronariana, forte ação antioxidante e ação anti-inflamatória por inibição das enzimas LOX e COX-2 (cicloxigenase) e, em humanos, ação revulsiva e estimulante da circulação sanguínea, quando empregadas externamente. A absorção percutânea de constituintes do óleo essencial de alecrim está sendo estudada, indicando provavelmente, a relevância da terapia de banhos de imersão
Em ratos mostrou atividade antiedematogênica e analgésica(XVI SBPM FM 214, 2000).


Interações medicamentosas: 
Não há relatos de interações medicamentosas na literatura consultada.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: 
O uso interno de óleo essencial acarreta riscos de gastrenterite, nefrite e crises epileptiformes.

Contra-indicações: 
É contra-indicado o uso do óleo essencial e de infusão com folhas de alecrim durante a gravidez, colite, inflamação da mucosa intestinal, problemas de próstata e em pessoas com epilepsia. O banho é contra-indicado em situações onde há ferimentos extensos, doenças de pele agudas de causa desconhecida, doenças infecciosas e febris.

Posologia e modo de uso: 

Uso interno: usam-se as sumidades floridas ou a ponteira dos ramos (2 g) na forma de infusão, em 150 ml de água, administrando-se duas vezes ao dia, entre as refeições.
Uso externo: sob a forma de óleo, pomada ou banho de imersão, é popularmente indicado no combate de caspa e prevenção da calvície; sob a forma de compressas, em feridas de difícil cicatrização e eczemas.
Para o banho de imersão, prepara-se um decocto com 50 g das folhas em 1 litro de água, abafar por 15-30 minutos, coar e adicionar ao banho.
Alcoolatura: fazer compressas em dores reumáticas, artralgias, contusões.


Observações: 

Os principais componentes antioxidantes dos extratos de Alecrim são os diterpenos fenólicos carnosol e ácido carnósico (The EFSA Journal (2008) 721, 1-29). 


Referências:
AGUILAR, F. Use of rosemary extracts as a food additive: Scientific Opinion of the Panel on Food Additives, Flavourings, Processing Aids and Materials in Contact with Food. The EFSA Journal. [S. I.], 12 jun 2008, n. 721, p. 1-29.

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

BISSET, N.G. (Ed.) Herbal Drugs and Phytopharmaceuticals. 4.ed. Stuttgart Medpharm, Boca Raton: CRC Press, 1994.

BRUNETON, J. Pharmacognosie Phytochimie Plante Médicinales. 2.ed. Londres: Technique et Documentation Lavoiser, 1993.

IN XVI SIMPÓSIO BRASILEIRO DE PLANTAS MEDICINAIS, FM 214. Recife, PE, 2000.
GIRRE, L. La Santé Par Les Plantes. Rennes: Edilarge S.A., 1992.

SILVA, A. M. O. et al . Efeito do extrato aquoso de alecrim (Rosmarinus officinalis L.) sobre o estresse oxidativo em ratos diabéticos.Revista de Nutrição ,v. 24, p. 121-130, 2011.

SILVA JUNIOR, A.A. - Essentia herba: Plantas Bioativas. Florianópolis: Epagri, 2003.

SIMÕES, C.M.O. et alPlantas da Medicina Popular do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS, 1986.

TYLER, V. E. The Honest Herb.: A sensible guide to the use of herbs and related remedies. 3.ed. New York: Pharmaceutical Products, 1993.

WAGNER, H.; WIESENAUER, M. Phytotherapie: Phytopharmaka und pflanzliche Homöopathika. Stuttgart: Gustav Fischer, 1995.

http://www.tropicos.org - Acesso em: 15 de abril de 2011.

Acerola (Malpighia emarginata DC.)

ACEROLA

Nome Científico: 
Malpighia emarginata  DC.

Família botânica: 
Malpighiaceae 

Sinonímias: 
Malpighia punicifolia var. lancifolia Nied.,Malpighia punicifolia var. vulgaris Nied., Malpighia retusa Benth., Malpighia umbellata Rose, etc.


Observação: A denominação botânica da acerola tem sido controversa entre os especialistas, porém Lorenzi e Matos(2008), esclarecem que a nossa "aceroleira" está definida como Malpighia emarginatae que Malpighia glabra L., usada na edição anterior(2002)do seu livro "Plantas Medicinais no Brasil", refere-se a outra espécie, diferente da nossa. 


Nomes populares: 
acerola, aceroleira, cereja-das-antilhas. 


Origem ou Habitat: 
Nativo da América Central e muito cultivado no Brasil.

Características botânicas: 
Arbusto de 3-6 m de altura. Tronco que se ramifica desde a base. Copa densa com folhas pequenas de coloração verde-escura e brilhante. Flores dispostas em cachos de coloração rósea a violeta esbranquiçada. Floração durante o ano todo. Fruto carnoso de superfície lisa ou dividido em 3 gomos, de coloração vermelho-alaranjada quando madura. Contém 3 sementes. A frutificação ocorre 3 a 4 semanas após o aparecimento das flores.

Partes usadas: 
frutos

Uso popular: 

Os frutos são consumidos ao natural ou na forma de suco, refresco e sorvete, como fonte excepcional de vitamina C (uma xícara de suco puro contém de 1 a 5 g desta vitamina).
É usada na convalescença, gripes e resfriados ou de outras doenças infecciosas. 


Composição química: 

Segundo Alonso (2004), a constituição química apresenta os seguintes compostos:
Ácido Ascórbico: é a forma ácida da vitamina C, com um ph de 2,3. Oxida-se facilmente a ácido dehidroascórbico. Cada 100 ml do suco puro possui de 1,5 a 4,0 g de ácido ascórbico. Sua concentração varia segundo a época do ano, o clima, as condições de conservação e o local onde se cultiva.
Sais Minerais: cálcio(12mg/%), fósforo(11mg/%), ferro, magnésio e potássio.
Outros: carboidratos (8,7g%) composto principalmente por glicose, frutose e sacarose, proteínas (4g%), flavonóides (rutina, hesperidina), niacina, caroteno ou pró-vitamina A (4.300-12.500 UI/100g), ácido pantotênico, ácido málico, tiamina, riboflavina, mucilagem. Os constituintes voláteis, que dão o aroma do fruto, são ao redor de 115 compostos, destacam-se os seguintes: furfural, ácido hexadecanóico, 3-metil-3-butenol e limoneno.

A acerola possui um teor de sólidos solúveis totais (TSS ou oBrix) de 7,50%. 


Ações farmacológicas: 
São registrados as propriedades da vitamina C como antioxidante e antiinfecciosa, por aumentar a resistência e neutralizar os radicais livres.(LORENZI; MATOS,2008)

Interações medicamentosas: 
não há relatos

Efeitos adversos e/ou tóxicos: 
Há relatos de queimaduras em pessoas que fazem a poda da árvore e se expõe ao sol. (CIT-SC, 2005)
Pessoas com sensibilidade à planta podem apresentar irritação e coceira em contato com as folhas, devendo ter cuidado ao manuseá-la, fazendo uso de luvas.


Contra-indicações: 
não há relatos.

Posologia e modo de uso: 
Os frutos in natura ou na forma de sucos , sem restrições.

Observações: 

°Brix equivale a aproximadamente 1 grama de sólidos dissolvido em 100 gramas de suco da fruta. Assim, por exemplo, uma uva com 14°Brix tem 14 gramas de sólidos diluídos em 100 gramas do suco.
"A unidade Brix ficou tão popular que virou, erroneamente, sinónimo de teor de sólidos solúveis totais. SST, ou Brix, é uma medida direta da qualidade: teor baixo de SST indica fruto azedo e/ou aguado, sem sabor, colhido imaturo ou com excesso de irrigação/chuva. Utiliza-se esse índice para aferir a qualidade em grande número de frutas e hortaliças - quanto mais alto, maior a doçura e a qualidade. " 


Referências:
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.
FREITAS, C.A.S. Acerola: Produção, Composição, Aspéctos nutricionais e Produtos. Rev. Bras. Agrociência, Pelotas, v.12, n.4, p.395-400, out-dez, 2006. Disponível em: http://www.ufpel.tche.br/faem/agrociencia/v12n4/artigo02.pdf
LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.
http://www.tropicos.org/Name/19500010>. Acesso em: 07 de março de 2012.

A importância da Lua na sua Horta

CALENDÁRIO LUNAR

Lua governa todos os tipos de fertilidade e todos os ciclos de crescimento. A atração magnética que exerce sobre a terra influencia o volume da seiva circulando no interior das plantas e vegetais. Plantar de acordo com as fases da Lua e com a natureza do signo em que ela se encontra é bastante produtivo.
A)   Fases Da Lua
Segundo o astrólogo Jim Maynards no seu Celestial Guide, o ciclo crescente daLua (da Nova até a Cheia – fase iluminada) é bom para plantar, fazer enxertos ou transplantes de plantas anuais (anual é um tipo de plantio que completa um ciclo inteiro numa única estação e que precisa ser replantada a cada ano).
No ciclo após a Lua Cheia (minguante – na fase menos iluminada) é melhor podar e plantar bienais, plantas perenes, bulbos e raízes (bienais incluem plantas que são cultivadas numa estação e só são colhidas no próximo ano e na mesma estação). As plantas perenes, bulbos e raízes incluem todos os cultivos que crescem da mesma raiz ano após ano.
O último quarto minguante (logo antes da Lua Nova) é melhor para lavrar e cultivar o solo para eliminar ervas daninhas e pragas.


Uma regra simples mas preciosa é que o cultivo de plantas aéreas (que crescem sobre o solo) é feito durante a Lua Crescente e o cultivo das plantas subterrâneas (que crescem sob o solo) deve ser feito durante a Lua Minguante.



Fases da Lua
A1. Lua minguante:
Nesta fase é pouca a influência da lua sobre a terra. É provável que esta força seja insignificante. A energia ou força contida na terra tende a descer. Daí pensam no que os mais velhos dizem “nesta fase da lua as coisas que crescem da terra para fora minguam, e as coisas que crescem de fora para dentro vigora (raízes)”. Isto porque a planta ao germinar, primeira força o enraizamento, demora mais a nascer, retarda um pouco o crescimento, porte menor, raízes mais desenvolvidas. Quanto à seiva, a planta absorve menos quantidade de seiva no caule, nas folhas e nos ramos. Fase boa para tirar bambus, madeiras para construção e cabos para ferramentas, etc.
A2. Lua nova:
Nesta fase, ela começa exercer influência sobre a Terra, a seiva (sangue da planta) manifesta-se em maior quantidade no caule, em direção aos ramos. Planta-se mais para o aproveitamento de folhas; exceto as verduras folhosas que aglomeram as folhas (o mesmo que formar cabeça).
A3. Lua crescente:
Fase em que a lua exerce influência muito boa sobre as plantas, nessa fase a seiva está presente em maior quantidade no caule, nos ramos e nas folhas.
A4. Lua Cheia:
Fase em que a influência sobre a terra chega ao ponto máximo, mas só nos primeiros dias, porque depois de sofrer efeito da minguante. É ótima para o plantio de flores. É importante frisar que nesta fase a seiva se concentra na copa da planta (ramos e folhas).
Obs: Em todas as fases sempre é bom você pegar o auge da lua (dois ou três dias após ter começado a fase); com exceção da minguante, que você poderá pegar a partir do quinto dia da cheia, isto porque está minguando, mas não descartando a possibilidade dela exercer pequena influência sobre a planta.
Ex.: A batata-doce e a mandioca têm duas opções para o plantio:
1. Plantar na minguante as ramas da batata ou as manivas da mandioca no mesmo dia que forem colhidas.
2. Colher a ramas ou as manivas um ou dois dias antes da nova, deixar murchar a sombra e plantar a partir do segundo dia da nova.
Quando colocamos as ramas ou as manivas para murchar, elas perdem reservas (seivas) e ao plantar na lua nova elas tendem a forçar tanto o broto quanto a raiz (lei de sobrevivência).
Obs.: Tudo que crescer debaixo da terra (cenoura, batata, cebolas, etc.) deve ser plantado na lua minguante; tudo que frutifica acima da terra (milho, feijão, frutas, etc.) planta-se na lua crescente.

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Unidades de saúde resgatam o uso de plantas medicinais

A boa de hoje é o resgate de plantas medicinais pelos postos de sáude.  Já estava em tempo deles reconhecerem nossas ervas e temperos para a melhora da saúde.

Graças a um projeto realizado em parceria com o Ministério da Saúde,o SUS de Sorocaba, visa a popularizar a prática de utilizar plantas medicinais em tratamentos médicos. 
Agora, para curar alguns males, eles nem precisaram sair do posto. 
 A horta comunitária que fica no quintal desses espaços públicos tem plantas medicinais poderosas no combate a muitas doenças. A iniciativa faz parte projeto Fito Sorocaba, que tem como objetivo o uso racional das ervas medicinais na atenção primária à saúde. 



"A gente vai indicar da forma correta como utilizar essas plantas, efeitos colaterais que podem ocorrer e como fazer o chá", explicou a chefe divisão de assistência farmacêutica da prefeitura, Joseane Pereira.
Seis espécies de plantas foram escolhidas para participar do projeto, já que têm alto poder curativo. O boldo melhora a digestão, a melissa ajuda quem tem insônia a dormir, o guaco evita a tosse, o capim limão é um calmante natural. A hortelã ameniza as cólicas intestinais, o manjericão, usado como tempero, é um poderoso anti-inflamatório. "Selecionamos o manjericão para substituir também a utilização do sal, em forma de tempero", disse Joseane.

Jardim dos sentidos
Os pacientes que recebem a indicação para tratamento com plantas ganham panfletos com as orientações. Apesar de serem naturais, os chás têm indicações de uso, contraindicações, doses corretas e até a maneira certa de serem feitos. O xarope de guaco ajuda a diminuir a tosse, o plântago tem fibras que melhoram o funcionamento do intestino, a espinheira santa é um anti-infamatório, a passiflora funciona como um calmante e as cápsulas de alcachofra ajudam a diminuir o colesterol. 


Esse tipo de horta já existe na UBS do Cerrado, Vitória Régia, Lopes de Oliveira e no postinho da Ulisses Guimarães. A ideia é implantar uma horta por mês em cada UBS. Todas as mudas saem do jardim dos sentidos.
A cabeleireira Ana Cristina Sette e o paisagista Cláudio Siqueira sabem usar como poucos o espaço pequeno para cultivar essas espécies. Com a ajuda da natureza, transformaram a casa onde vivem em um lar. Na sacada, o verde comanda o visual e atrai os olhares.
A horta vertical tem até sistema de irrigação por gotejamento. Um capricho que faz bem à saúde. Isso porque eles cultivam plantas medicinais. Tem boldo, capim santo, melissa alecrim, erva doce, menta. Chás e temperos para uma vida mais saudável. 

"É a nossa farmacinha. Então a gente tem o anfi-inflamatório, o chá, bem estar do dia a dia. Além de ser um elemento decorativo para dar uma vivacidade ao ambiente", diz Siqueira