domingo, 7 de agosto de 2016

Hipérico ou Erva de São João - Um poderoso Antidepressivo Natural

Histórico e curiosidades:

Conhecida popularmente na Europa com planta mágica e por isto entra na composição de defumadores de ambientes. 




Na idade média acreditava-se que o Hipérico tinha o poder de expulsar maus espíritos e o azar.
As flores de cor amarela dourado devem ser colhidas logo que desabrocham juntamente com as folhas.

A Europa é líder em prescrição do Hipérico, sendo que na Alemanha, é o antidepressivo mais utilizado, representando acima de 25% do total de prescrições para esta classe de medicamentos. 



Óleo essencial, flavonóides (hiperosídeo, quercitina, quercitrina e rutina), glicosídeos (hipericina – corante vermelho)

Adstringente, calmante, antiirritante, antidepressivo, antidiarréico, antiinflamatório, vulnerário, sedativo, diurético suave, colagogo, cicatrizante, anti-séptico e vermífugo.

Propriedades Farmacológicas:

A Hipericina exerce ligeira ação calmante, auxiliando em quadros depressivos e de distúrbios psicovegetativos acompanhados de ansiedade; 

É utilizada também em problemas vegetativos relacionados à depressão, como melancolia, distúrbios do sono, dores musculares e cefaléias. 



Ainda não foi completamente definida sua ação junto aos inibidores da Monoaminoxidase (IMAO);
Os princípios amargos estimulam os órgãos digestivos, inclusive a vesícula biliar;

A ação adstringente está relacionada aos taninos e flavonóides;
As saponinas são responsáveis pela ação estimulante da circulação sanguínea;

A Hipericina está sendo testada como agente antiviral em pacientes aidéticos;

Extrato de Hipérico é mais seguro que a Imipramine e de mesma forma efetiva para tratar pacientes com depressão moderada. (British Medical Journal December 11, 1999;319:1534-1539).

A diferença entre Hipérico e outros antidepressivos sintéticos é não provocar dependência e nem potencialização dos efeitos do álcool.


Contra indicações

Pacientes diabéticos;
Gestantes e Lactentes;
Pacientes em uso de quimioterápicos, digoxina, anticonvulsivantes, anticoagulantes, Sinvastatina e imunossupressores (Ciclosporina);

Reações adversas

Em pessoas de pele clara pode provocar fotossensibilização com inchaços, irritação e edema cutâneo, principalmente se usada em quantidades inadequadas.

Precauções:

Deve-se evitar a exposição direta ao sol durante o tratamento;
Não deve ser utilizado juntamente com outros antidepressivos;

Segurelha - A Erva dos Sátiros

Segurelha-da-montanha, segurelha-anual, segurelha-das-hortas, segurelha-dos-jardins, savory (inglês), summer savory (inglês), ajedrea (espanhol), ajedrea blanca (espanhol), ajedrea común (espanhol), ajedrea de huerta (espahol), ajedrea de jardín (espanhol), satureja (espanhol) e tomillo real (espanhol) são inúmeros os nomes dados à milenar segurelha Satureja montana L.

Originária da Ásia Ocidental e Central, esta erva é utilizada a mais de 2000 anos como tempero na culinária. Satureja em latim significa sátiro e, de acordo com a lenda, diz que a segurelha pertencia aos sátiros (personagem mitológico metade homem e metade bode, que habita as florestas). Até o século IX ela não era cultivada, apenas crescia espontaneamente em encostas e colinas de solo calcário e árido. Os italianos provavelmente foram os primeiros a cultivá-la com a finalidade de tempero. Shakespeare cita esta erva na peça de teatro Conto do Inverno (The Winter’s Tale).



Seu aroma assemelha-se ao do tomilho, porém é mais amargo e penetrante. Os ramos são cortados para secagem antes da floração, quando diminui o aroma. A culinária italiana utiliza-a no preparo de feijões verdes e lentilhas e a indústria, no preparo de salames e linguiças.  
Com poderes para estimular os sentidos, a segurelha é recomendada, especialmente, para ativar o apetite e nos casos de cólicas e indigestão. É um anti-séptico conhecido para o tratamento de picadas de insetos.


Ela está crescendo na nossa sementeira e logo, logo poderá estar na sua casa.  
Reserve já a sua enviando um email para gente.
organicamentefeliz@yahoo.com 

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Cuidado!!! Cuidar de Suculentas podem causar Dependência :)

Como não amar essas pequenas coisinhas de mil e uma cores e formatos diferentes?


Os cactos são os tipos mais comuns, mas existem outras espécies bem conhecidas, como a Aloe Vera – também conhecida como babosa – que é lembrada por ter folhas ‘gordinhas’. 
Existem mais de 100 variedades de suculentas no Brasil e mais de 22 mil espalhadas pelo mundo, em diversas cores e formatos.
As suculentas podem ficar dias sem serem regadas e são menos frágeis ao calor. Por essa razão, são ótimas para se ter em casa, mesmo por quem ainda não adquiriu o hábito de cuidar de plantas ou passa muito tempo fora.
Embora também tenham suas peculiaridades, as suculentas são perfeitas para decorar ambientes e, seguindo algumas recomendações, podem durar longos períodos. 

O Sol
Por serem originárias de áreas desérticas ou com escassez de água, as suculentas gostam de sol e ambientes secos. O ideal é que as plantas fiquem pelo menos 3 horas expostas ao sol, preferencialmente pela manhã. 
Onde Cultivar?
Como todas as variedades de suculentas devem ficar preferencialmente expostas ao sol, o ideal é cultivá-las em locais abertos. “A melhor opção é que fiquem fora de casa, em varandas e sacadas. Elas devem ser levadas para sombra principalmente à tarde, quando o sol é mais forte e pode queimar as folhas. 
Outro grande erro no cultivo de suculentas, é deixar os vasos em banheiros. A falta de ventilação e luz não beneficiam o cultivo delas.

Rega
As suculentas não exigem água com tanta frequência. Se as plantas estiverem em locais cobertos, regas semanais são suficientes para garantir sua beleza. A dica é observar as folhas. 
Se começarem a ficar enrugadas e murchas, é falta de água. Já se as folhas da base começarem a ficar moles e translúcidas como gelatina, é excesso”, 
Poda 
As suculentas não precisam ser podadas, apenas se houver o interesse em que elas se propaguem. Outra dica para garantir a saúde da planta é rodear o vazo de pedras, que ajudam na drenagem da água, evitam o acúmulo que é prejudicial às raízes e causam apodrecimento. 
Faça uma cobertura com pedriscos, que evitam o aparecimento de ervas daninhas e mantém a umidade superficial.

Adubos
Suculentas criadas em casa não necessitam de Adubos. No entanto, os vasos devem ter o substrato trocado anualmente. “Isso ajuda no crescimento e no vigor das plantas”.  :)
Doenças comuns
Como todas as outras plantas, as suculentas podem ter doenças e ser atacadas por pragas. Caramujos, lesmas e fungos podem aparecer eventualmente. Lidiane explica que isso acontece quando as suculentas não estão nas condições adequadas ao seu desenvolvimento. Em tempo: a falta de luz solar, excesso de água e a dosagem errada de substrato são os principais inimigos do cultivo de suculentas. 
“Como em qualquer planta, quando há um desequilíbrio, sua imunidade cai e fica suscetível ao aparecimento de pragas e doenças”,
Então é isso ai!  E o que vc está esperando para ter uma mudinha de suculenta na sua casa?
Se vc já tem, mostra para gente!  :)

sábado, 30 de julho de 2016

Batata Doce (Ipomoea batatas (L.) Lam.)

BATATA-DOCE

Nome Científico: 
Ipomoea batatas  (L.) Lam.

Família botânica: 
CONVOLVULACEAE

Sinonímias: 
Convolvulus batatas L., Convolvulus denticulatus Lam., Convolvulus edulis Thunb.,Convolvulus esculentus Salisb., Convolvulus tuberosus Vell., Ipomoea batatas fo. trifida Moldenke,Ipomoea batatas var. edulis (Thunb.) Makino,Ipomoea indica var. variabilis (Schltdl. & Cham.) L.O. Williams, Ipomoae triloba L., etc. 

Nomes populares: 
Batata-doce, batata-da-terra, batata-da-ilha, jetica, jatica, ye'tika (tupi), etc.

OBS.: "Batata-doce" é uma referência ao gosto doce de seu tubérculo comestível. 


Origem ou Habitat: 
México.



Características botânicas: 
Herbácea de caule rasteiro, folhas simples, membranáceas, 3-6 lobadas, flores campanuladas de cor variável (róseas ou branco-violáceas). Raízes em forma de tubérculos, de sabor doce e rico em fécula que são classificados em variedades de acordo com as cores externa e interna nos tipos "branco", os que têm casca e polpa brancas; "amarelo", os que têm casca amarela e polpa amarelo-avermelhada; "vermelho", os que têm casca vermelha e polpa branca; e "roxos" que têm casca roxa e polpa branco-arroxeada.

Partes usadas: 
tubérculo, raiz e folhas.

Uso popular: 
O tubérculo é usado na alimentação como fonte de energia. Os índios mexicanos a consumiam para as grandes caminhadas.
Suas folhas cozidas servem para afecções da boca e garganta e são consideradas adstringentes, bactericidas, fungicidas, laxativas e tônicas. Os brotos e as folhas novas são usadas como cataplasma para tumores. O chá das folhas é indicado para aumentar a lactação.


Composição química: 
Amido, flavonóides livres e glicosilados, derivados do ácido caféico, glicosídeos do nerol e do borneol, triterpenóides especiais.

Ações farmacológicas: 
Os extratos aquoso e alcóolico dos tubérculos tem atividade antimicrobiana.
Devido ao conteúdo em b-carotenos são considerados antioxidantes.


Efeitos adversos e/ou tóxicos: 
A planta é comestível, porém, quando estiver infectada pelo fungo Cerattos-tomella fimbriata sua ingestão pode causar grave intoxicação, produzindo sensação de falta de ar, perda de apetite e vômitos (Robineau, 1995 apud Lorenzi & Matos, 2002).


Referências:
LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 1ª.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002.
KINUPP, V.F., LORENZI, H. Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil. 1ª.ed. São Paulo, SP: Instituto Plantarum, 2014.
Nascimento, O.C., et al – “Caracterização química e informação nutricional de fécula de batata-doce (Ipomoea batatas L.) orgânica e biofortificada” . Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável http://revista.gvaa.com.br , 1981 – Acesso 28 Abril 2015.

http://www.tropicos.org/Name/8500721 - Acesso 27 Abril 2015.

Beldroega (Portulaca oleraceae L.)

BELDROEGA 

Nome Científico: 
Portulaca oleraceae  L.

Família botânica: 
Portulacaceae

Sinonímias: 
Portulaca oleracea var. sylvestris (L.) DC., Portulaca parvifolia Haw., Portulaca sativa Haw. 

Nomes populares: 
beldroega-pequena, beldroega-verdadeira, beldroega-vermelha, beldroega-da-horta, caaponga, ora-pro-nobis, bredo-de-porco, onze-horas, ma chi xian shu (China), etc. 



Origem ou Habitat: 

Distribuição na região Neotropical :
• Portulacaceae são cosmopolitas, com 25-30 gêneros e 450-500 espécies. A maioria dos gêneros e espécies ocorrem no oeste da América do Norte, América do Sul e África, com alguns representantes na Europa e Ásia.
• Na América tropical e nas regiões limítrofes, existem cerca de 11 gêneros e 170 espécies provavelmente. 


Características botânicas: 
Herbácea prostrada, anual, suculenta, ramificada, glabra, ramos rosados de 20-40cm de comprimento. Flores solitárias, axilares, amarelas, que abrem-se apenas de manhã.

Partes usadas: 
Planta toda, folhas, caules e sementes.

Uso popular: 
A beldroega é considerada uma planta refrescante.
É empregada internamente contra disenteria (principalmente infantil), enterite aguda, mastite e hemorróidas.
Afecções do fígado, dos rins e da bexiga, cálculos biliares, escorbuto (Planta toda).
Azia, erisipela, inflamação dos olhos, afecções das vias urinárias (folhas e caules).
Externamente é usada em queimaduras, úlceras, feridas e nevralgias. O suco é efetivo, no tratamento de doenças de pele.
Distúrbios menstruais, afecções das vias urinárias, verminose (sementes).
É uma planta comestível, podendo ser consumidos talos e folhas quando tenros e verdes, crus ou refogados.
As raízes são amargas e duras.
Indígenas das Guianas usam-na contra diabetes, para problemas digestivos e como emoliente e, externamente, como ungüento para problemas musculares.
No Vietnan é usada a associação do suco de beldroega (P. oleracea) juntamente comCentella asiatica para tratamento de resfriados, gripe, cefaléia, anorexia e constipação. (Alonso, 2004). 


Composição química: 
Ácidos fenólicos (ácido clorogênico, ácido caféico); Flavonóides (rutina, miricetina, canferol, apigenina, quercetina, luteolina e hesperidina); Noradrenalina e Dopamina; Ácido ascórbico; b-caroteno; Ácido graxo a-linolênico; Alcalóides fenólicos (oleraceins A, B, C, D e E).

Análise alimentícia em g/100g: proteínas (1,60g), lipídeos (0,40g), carboidratos (2,50g), cálcio (140,00g), fósforo (493,00mg), ferro (3,25mg), retinol (250,00mg), vitamina B1 (20,00mg), vitamina B2 (100,00mg), niacina (0,50mg), vitamina C (26,80mg). (Franco, G., 1992).

Observação: Os ácidos fenólicos e flavonóides foram em estudos com beldroegas tailandesas; os alcalóides fenólicos, a noradrenalina e dopamina foram em estudos com ervas chinesas e o ácido a-linolênico e b-caroteno foram em estudos com beldroegas australianas.
Os alcalóides fenólicos são uma nova classe de antioxidantes descobertos em P. oleracea.
A hesperidina e ácido caféico foram isolados pela 1ª vez em amostras chinesas em 2007.


Ações farmacológicas: 
Estudos concluiram que o chá tem efeito hipertensivo em ratos (devido a presença de catecolaminas) e atividade relaxante da musculatura esquelética.(Lorenzi, 2008)
Atividade antioxidante, anti-hemorrágica, relaxante muscular, broncodilatadora. 


Contra-indicações: 
Não deve ser usada na gravidez e em pessoas com problemas digestivos e de pressão alta.

Posologia e modo de uso: 
Uso interno
Decocção: 40g da planta toda para um litro de água. Tomar 3 a 4 xícaras ao dia.
Suco fresco (folhas e caules): tomar uma colher (sopa) 1 a 2 vezes ao dia.
Uso externo: folhas e caules amassados, para aplicação tópica, sob a forma de emplastros e chá por decocção das folhas sob a forma de compressas. 



 


Referências:
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

CARIBÉ, J.; CAMPOS, J.M. Plantas que ajudam o Homem: Guia prático para a Época Atual. São Paulo: Pensamento,1991.

FRANCO, G. Tabela de composição química dos alimentos. 9ªed. São Paulo: Atheneu, 1992.

HABTEMARIAM S. , HARVEY A.L. , WATERMAN, P.G. As propriedades relaxantes musculares de Portulaca oleracea estão associados com altas concentrações de íons potássio. J. Ethnopharmacology, [S.I], v. 40, n. 3, p. 195-200, dez. 1993.

JUAN CHEN; SHI YAN-PING; LIU JING-YAN. Determinação de noradrenalina e dopamina em chinês extratos de ervas de Portulaca oleracea L. por cromatografia líquida. Jornal da cromatografia A., [S.I.], v. 1003, n. 1-2, p. 127-132, 2003.

LAN XIANG; DONGMING XING ; WANG WEI. Alcalóides de Portulaca oleracea L. Phytochemistry A. Amsterdam, vol. 66, n. 21 p. 2595-2601, 2005.

LIM, YY; QUAH, EPL :Propriedades antioxidantes de diferentes cultivares de Portulaca oleracea. Química de Alimentos , [S.I.], v.103, n.3, p.734-740, 2007.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

MALEK F. et al. Broncodilatory effect of Portulaca oleracea in airways of asthmatic patients. J. Ethnopharmacology, [S.I], v. 93, n. 1, p. 57-62, 2004.

SHOBEIRI S.F. et al. Portulaca oleracea L. no Tratamento de Pacientes com Sangramento Uterino Anormal: um ensaio clínico piloto.Phytother, [S.I.], v. 23, n. 10, p. 4-1411, out. 2009.

SIRIAMORNPUN S.; SUTTAJIT M. Microchemical Components and Antioxidant Activity of Different Morphological Parts of Thai Wild Purslane (Portulaca oleracea). Weed Science. [S.I.], v. 58, n. 3, p. 182-188, jul-sep. 2010.

XUEQIN X.; LISHUANG Y.; GUONAN C. Determination of flavonoids in PortulacaoleraceaL. by capillary electrophoresis with electrochemical detection. Journal of Pharmaceutical and Biomedical Analysis. [S.I.], 3 Mai 2006, v. 41, n. 2, p. 493-499.

ZI-JUAN, Y., YI-NAN, Z., LAN, X. Study on chemical constituents of Portulaca oleracea. Zhong Yao Cai Journal of Chinese, [S.I.], 2007, v. 30, n. 10, p. 1248-1250.

ZHU, H.; WANG, Y.; LIU, Y. Analysis of Flavonoids in Portulaca oleracea L. by UV–Vis Spectrophotometry with Comparative Study on Different Extraction Technologies. Food Analytical Methods,Jun. 2010, v. 3, n. 2, p. 90-97.

http://www.tropicos.org - Acesso em: 26 maio 2011.

http://ci-67.ciagri.usp.br/pm/index.asp - Acesso em: 20 maio 2011.

http://www.kew.org/science/tropamerica/neotropikey/families/Portulacaceae.htm - Acesso em: 14 junho 2011.

Babosa (Aloe vera (L.) Burm. f.)

BABOSA

Nome Científico: 
Aloe vera  (L.) Burm. f.

Família botânica: 
Xanthorrhoeaceae (antigamente Liliaceae, recentemente Asphodelaceae)

Sinonímias: 
Aloe barbadensis Mill., Aloe chinensis(Haw.) Baker, Aloe perfoliata var. vera L., (http://www.tropicos.org/Name/18403421), etc.



Nomes populares: 
Aloé, babosa, babosa-grande, babosa-medicinal, erva-babosa, aloé-do-cabo, caraguatá-de-jardim (Brasil)(LORENZI & MATOS, 2002),aloes (Spanish), Barbados aloe (English, United States), bitter aloe (English, United States), lu hui (Pinyin, China), ( http://www.tropicos.org/Name/18403421), sábila, aloe del Mediterraneo, acíbar, zábila (Espanhol),etc. 

Origem ou Habitat: 
Existem ao redor de 360 espécies de aloes que habitam em zonas tropicais. Alguns autores acreditam que a Aloe vera é originária da Ilha de Socotra (noroeste da África), entre a Somália e Yemen, sendo subespontânea na zona do Mediterrâneo (norte da África e sul da Europa).
Pertence ao grupo de plantas xerófitas, isto é, muito adaptadas a ambientes secos (ALONSO, 2004).


Características botânicas: 

Planta herbácea, suculenta, medindo até 1 m de altura. Tem folhas grossas, dispostas em roseta presas a um caule muito pequeno. As folhas quando cortadas deixam escorrer um suco viscoso, amarelado e amargo. É cultivada para fins medicinais e cosméticos, e cresce de forma subespontânea em toda a região Nordeste do Brasil. Prefere solo arenoso e não exige muita água. Multiplica-se por separação de brotos laterais.
Existem outras espécies deste gênero, com usos semelhantes no Brasil, das quais as mais importantes são a Aloe arborescens Mill. e Aloe ferox Mill.


Partes usadas: 
gel (parte mucilaginosa), látex (suco, exsudato ou acíbar).

Uso popular: 
é indicada como cicatrizante em casos de queimaduras e ferimentos superficiais da pele, hemorróidas inflamadas, contusões, entorses e dores reumáticas, além de ser muito usada pelas mulheres para o trato dos cabelos.(LORENZI & MATOS, 2002)

Composição química: 

Gel: polissacarídeos mucilaginosos, destacando-se os glicomananos e mananos (0,2% a 0,3% do gel fresco). O acemanan é uma mescla de polissacarídeos complexos do tipo B-(1-4)-manano O-acetilados, sendo o principal componente carboidratado. Em menor medida encontram-se polissacarídeos de alto PM aloérido, constituído por glicose, manose e arabinose.
Látex ou exsudato das folhas: derivados antracênicos (15-30%) encontrados sob a forma de heterosídeos (barbaloína, b-barbaloína, e iso-barbaloína) e somente uma pequena parte corresponde a derivados antracênicos livres (< 1%)(aloe-emodina).
NOTA: A maioria dos autores consideram a ALOÍNA e a BARBALOÍNA como sinônimos.
Outros: água (95%), ácidos essenciais, proteínas, glicoproteínas (lectinas), ácidos orgânicos (ácidos hexurônicos, pteroilglutâmico e glicurônico), enzimas (oxidase, catalase, amilase, aliinase), oxalato de cálcio, saponinas, saponinas esteroidais, hidroxicromonas, penta-hidroxiflavonas, etc. Foram identificados amino ácidos essenciais: lisina, treonina, triptofano, leucina, isoleucina, fenilalanina, metionina, valina; e amino ácidos não essenciais: ácido glutâmico, serina, ácido aspártico, glicina, alanina, prolina, erginina, tiramina e histidina. 


Observações: 
A palavra "aloe" do árabe "Alloeh" significa amargo. 


 


Referências:
ALONSO, 2004
LORENZI & MATOS, 2002
http://www.tropicos.org/Name/18403421 acesso em 02 de julho de 2012
http://www.botanical-online.com/medicinalsaloevera.htm - acesso em 01 de outubro de 2012. 

Artemisia (Artemisia annua L.)

ARTEMÍSIA-CHINESA

Nome Científico: 
Artemisia annua  L.

Família botânica: 
Asteraceae (antiga Compositae)

Sinonímias: 
Artemisia annua fo. macrocephala Pamp.,Artemisia chamomilla C. Winkl., Artemisia stewartiiC.B. Clarke, Artemisia wadei Edgew.

Nomes populares: 
Artemísia-chinesa, losna-verde, artemísia-doce, sweet wormwood, annual wormwood, sweet annie (ENGLISH), ajenjo dulce (ESP), armoise chinese (FRA), huang hua hao, qing haosu (pinyin, China). 

Origem ou Habitat: 
Ásia, sendo planta tradicional da China e Índia.

Características botânicas: 
Erva anual, ereta, aromática, de 80-150 cm de altura, nativa na Ásia e cultivada no Brasil. Folhas compostas pinadas, de 10-15 cm de comprimento. Flores em capítulos pequenos de cor amarelada, reunidos em inflorescências paniculadas terminais.

Partes usadas: 
Folhas secas.

Uso popular: 
É utilizada há séculos na medicina tradicional da China e da Índia no tratamento do lúpus eritematoso e de crises de febre, como inseticida, herbicida e antiulcerogênica. A infusão das sementes e das folhas é utilizada para malária, enfermidades oculares e transtornos digestivos. Em uso externo é usada em hemorragias nasais, urticária, chagas e lacerações da pele.

No Brasil não foram encontradas informações sobre uso popular. 


Composição química: 
Óleo essencial: presente nas partes aéreas, tem sua concentração máxima antes da floração e sua composição é variável conforme condições ambientais e quimiotipo; é composto por monoterpenos e sesquiterpenos, destacando-se artemisia-cetona, 1,8-cineol e cânfora.
Compostos sesquiterpênicos: artemisinina, desoxiartemisinina, ácido artemisínico, arteanuinas A, B, C, E e F, artemisiteno ou dehidroxiartemisinina, artemisinol, ácido dihidroarteanuico, dihidro-epideoxiarteanuina, ácido epoxiartemisínico.
Flavonóides: quercetagetina-3-metiléster, quercetagetina-6-7-4’-trimetiléter, quercetagetina-3’,4’,6’,7-tetrametiléter, dihidroxi-tetrametoxiflavona, trihidroxi-trimetoxiflavona, tetra-O-metildioxiflavona, campferol, 6-metoxicampferol, quercetina, artemetina, casticina, cirsilineol, crisosplenol D, crisoplenetina.
Outros compostos: cumarinas (esculetina, escopoletina), derivados poliacetilênicos (anuadiepóxido, ponticaepóxido), lipídeos (nonacosanol, 2-metiltricosan-8-ona-23-ol, hentriacontanil-tricontanoato, dimetiltriacontano).


Ações farmacológicas: 
Esta planta já foi extensamente estudada na China na década de 80. Há ensaios laboratoriais e clínicos comprovando a ação antimalárica da artemisina (que por ser hidrossolúvel pôde ser utilizada também na forma de infusão), com maior efetividade nos casos de malária cloroquino-resistente e potencializada por flavonóides presentes na planta. A artemisina age especialmente sobre o Plasmodium falciparum (mas também sobre P. vivax e P. ovale) e tem também ação contra células malignas. O óleo essencial apresenta atividade antifúngica e não irrita a pele. O extrato bruto etanólico demonstrou atividade antiulcerogênica em ratas. Possui efeito antibiótico contra várias lesões fúngicas de pele e contra leptospirose. 

Interações medicamentosas: 
Possuem efeitos sinérgicos com outras drogas usada para malária. A artemisina demonstrou efeito sinérgico com mefloquina; os flavonóides crisoplenol D CE crisoplenetina com berberina e norfloxacina; artemisina e artesunato de sódio com os antibióticos tetraciclina e doxiciclina. 

Efeitos adversos e/ou tóxicos: 
As infusões e outras formas galênicas são em geral bem toleradas.

Contra-indicações: 
A artemisina atravessa as barreiras hemotoencefálica e placentária, sendo contra-indicada durante a gravidez. Em gestantes com malária a decisão de uso deve avaliar a relação custo-benefício. Sua segurança em durante a amamentação e em crianças menores de 6 anos não foi suficientemente comprovada. A OMS recomenda que não se utilize a artemisinina ou seus derivados para profilaxia, reservando-os para tratamentos curativos de malária por Plasmodium falciparummultirresistente, sob prescrição médica.


   


Referências:
ALONSO, Jorge. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. 1. ed. Argentina, Rosario: Corpus Libros, 2004. Pp. 85-88.
BRUNETON, Jean. Farmacognosia. Fitoquímica. Plantas Medicinales. Trad. Á. V. del Fresno; E. C. Accame; M. R. Lizabe. 2. ed. Zaragoza, Espanha: Acribia, 2001. Pp. 615-619.
CHEVALLIER, Andrew. The Encyclopedia of Medicinal Plants. London: Dorling Kindersley, 1996. Pp. 64.
LORENZI, Harri; MATOS, Francisco José de Abreu. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. Pp. 140.
http://www.tropicos.org/Name/2701754?tab=synonyms - Acesso 30 Março 2015.

Aroeira (Schinus terebinthifolia Raddi)

AROEIRA

Nome Científico: 
Schinus terebinthifolia  Raddi

Família botânica: 
Anacardiaceae

Sinonímias: 
Sacortheca bahiensis Turcz., Schinus mellisii Engl., Schinus mucronulata Mart., Schinus terebinthifolia var. damaziana Beauverd, Schinus terebinthifolia var. raddiana Engl.(4)


Nomes populares: 
Aroeira, aroeira-branca, aroeira-da-praia, aroeira-do-brejo, aroeira-do-campo, aroeira-do-paraná, aroeira-mansa, aroeira-negra, aroeira-pimenteira, aroeira-precoce, aroeira-vermelha, aguaraíba, bãlsamo, cabuí, Cambuí, coração-de-bugre, corneíba, fruto-de-raposa, fruto-de-sabiá(4), coração-de-bugre(7).

Características botânicas: 
“Árvore mediana com 5-10 m de altura, perenifólia, dióica, de copa larga e tronco com 30-60 cm de diâmetro, revestido de casca grossa. Folhas compostas imparipinadas, com 3 a 10 pares de folíolos aromáticos, medindo de 3 a 5 cm de comprimento por 2 a 3 cm de largura. Flores masculinas e femininas muito pequenas, dispostas em panículas piramidais. Fruto do tipo drupa, globóide, com cerca de 5 cm de diâmetro, aromático e adocicado, brilhante e de cor vermelha, conferindo às plantas, na época da frutificação, um aspecto festivo. Ocorre ao longo da Mata Atlântica desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Pode ser cultivada a partir de sementes ou por estaquia.”(4)

Uso popular: 
As cascas em decocção em banhos de assento são usadas principalmente por mulheres por vários dias após o parto como antiinflamatório e cicatrizante(4), além de serem indicados para reumatismos, artrite, distensões, dores e fraquezas musculares, ciática e inflamações em geral.² As preparações feitas com suas cascas podem ser usadas no tratamento tópico de ferimentos na pele e das mucosas em geral, infectados ou não, nos casos de cervicite e hemorróidas inflamadas, e inflamações das gengivas e da gargantas na forma de gargarejos, bochechos e compressas feitas com o cozimento.4 A casca é também utilizada no tratamento de doenças dos sistemas urinário e respiratório, hemoptise, hemorragia uterina, azia, gastrite(4) como depurativa, febrífuga, no tratamento de afecções uterinas(7) e para uso local em menorragia e leucorréia(5). A decocção da entrecasca é utilizada em uso interno para tosse, , diarréia e reumatismo(5). As folhas e frutos são adicionados à água de lavagem de feridas e úlceras(4). Na região do Vale do Ribeira(SP), o macerado das folhas em aguardente é usado externamente como cicatrizante, analgésico e contra coceiras(7). A infusão das folhas é usada internamente contra reumatismo(4) e a mastigação das folhas frescas é indicada como cicatrizante e para gengivites(7). Ferver a aroeira com folha de batata é indicado para gargarejos em problemas de afecções das cordas vocais.² Outras indicações medicinais incluem seu uso como tônica, diurética, estimulante, analgésica, adstringente(7), hemorragia/sangramento, calafrios, gripes, resfriados, conjuntivite, hemoptise, ¹ Os frutos são usados como substitutos de pimenta, vendidos como “pimenta-rosa”.¹ Além dos usos medicinais, fornece madeira para mourões, lenha e carvão, e é amplamente cultivada na arborização de ruas e praças(4). 

Composição química: 
“[...] alto teor de tanino, biflavonóides e ácidos triterpênicos nas cascas e de até 5% de óleo essencial formado por mono e sesquiterpenos nos frutos e nas folhas. Em todas as partes da planta foi identificada a presença de pequena quantidade de alquil-fenóis, substâncias causadoras de dermatite alérgica em pessoas sensíveis(4).” Os principais componentes do óleo essencial das folhas foram α-pineno, β-mirceno, ∆-2-careno, p-cimeno e limoneno, e dos frutos trans-carveol, carvacrol, limoneno glicol, elemol, óxido de cariofileno, 10-epi-γ-eudesmol, β-eudesmol e α-eudesmol(6). Nas folhas da planta foram encontrados os seguintes minerais: cálcio (2020 mg/100 g), cobre (1,11 mg/100 g), ferro (6,70 mg/100 g), magnésio (97,9 mg/100 g), manganês (3,04 mg/100 g), zinco (2,26 mg/100 g) e sílica (0,2%).³

Ações farmacológicas: 
Antiinflamatória, cicatrizante, antimicrobiana para fungos e bactérias(4), tônica, adstringente, anti-reumática(5), anticancerígena, antidepressiva, antihepatotóxica, antiviral, afrodisíaca, digestiva, diurética.¹ 

Efeitos adversos e/ou tóxicos: 
Podem aparecer fenômenos alérgicos na pele e mucosas; caso isso aconteça, suspenda o tratamento e procure o médico o mais cedo possível(4). Os frutos podem causar irritação do trato gastrointestinal.¹ 

Contra-indicações: 
Sugere-se o uso com moderação, evitando-se o uso prolongado, por tratar-se de espécie com vários efeitos tóxicos(7). Não deve ser usada em gestantes, pois foi observado em laboratório efeito de contração uterina.

Observações: 
A aroeira-do-sertão (Myracrodruon urundeuva Allemão) possui as mesmas propriedades e pode ser usada da mesma maneira, para as mesmas indicações, em sua região de ocorrência mais para o interior do país, enquanto a espécie descrita é mais acessível às populações do litoral(4). Aroeira salso (Schinus molle L.) também é utilizada como medicinal e na culinária. 


Referências:
1. DUKE, James A.; BOGENSCHUTZ-GODWIN, Mary Jo; OTTESEN, Andrea R. Duke’s Handbook of Medicinal Plants of Latin America. [s. l.]: CRC Press, [2009?]. Pp. 610-612.
2. FRANCO, Ivacir João; FONTANA, Vilson Luiz. Ervas e Plantas: A Medicina dos Simples. 9 ed. Erexim-RS: Livraria Vida, 2004. Pp. 124.
3. LOPES, Maria de Fátima Gomes et al. Estudo mineral de plantas medicinais. In: SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL. 16, 2000, Recife-PE. MAIA, Maria B. S. (pres. comiss. org.). Livro de resumos. [Recife, 2000?]. Pp. 125.
4. LORENZI, Harri; MATOS, Francisco José de Abreu. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008. Pp. 63-64.
5. MATOS, F. J. Abreu. O Formulário Fitoterápico do Professor Dias da Rocha. 2 ed. Fortaleza: UFC, 1997. Pp. 70-71.
6. SANTOS, Wellington Oliveira et al. Estudo comparativo dos constituintes químicos do óleo essencial das folhas e frutos da aroeira da praia. In: SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL. 16, 2000, Recife-PE. MAIA, Maria B. S. (pres. comiss. org.). Livro de resumos. [Recife, 2000?]. Pp. 144.
7. STASI, Luiz Claudio di; HIRUMA-LIMA, Clélia Akiko. Plantas Medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica. 2 ed. rev. e ampl. São Paulo: UNESP, 2002. Pp. 344-350.

Alfavaca (Ocimum basilicum L.)

ALFAVACA 

Nome Científico: 
Ocimum basilicum  L.

Família botânica: 
Lamiaceae ( Labiatae )

Sinonímias: 
Ocimum thyrsiflorum L., Ocimum basilicum var. thyrsiflorum (L.) Benth.

Nomes populares: 
Alfavaca-cheirosa, basilicão, basilico-grande, manjericão-de-molho, folhas-largas-dos-cozinheiros, manjericão-da-folha-larga, manjericão-doce. 

Origem ou Habitat: 
Ásia tropical.

Características botânicas: 
É uma erva anual com caule quadrangular muito ramificado, quase glabro na base e com pelos macios no topo, cerca de 60 cm de altura, formando touceira. Folhas com 2,5 – 7,5 cm de comprimento, 1,5 – 4 cm de largura, simples, opostas, pecioladas, ovadas ou ovadas-lanceoladas, com margens serradas ou inteiras e ciliadas. Inflorescência tipo cacho terminal, com 6 flores em cada nó. Flores brancas ou ligeiramente violáceas, cerca de 0,8cm de comprimento, formando pseudo-umbelas axilares nas partes superiores dos ramos ou nas extremidades dos galhos.

OBS.:Existem várias raças, subespécies ou quimiotipos de Ocimum basilicum L., além de outras espécies de Ocimum. Ocimum americanum L. também conhecido como manjericão ou manjericão de folha miúda (foto abaixo) é usada para os mesmos fins da O. basilicum L..
Outra espécie (Ocimum sp.) muito apreciada na Ilha de Santa Catarina é chamada alfavaca de peixe (foto abaixo). 


Partes usadas: 
Folhas e sumidades floridas. 

Uso popular: 
As folhas são usadas internamente como estomáquico, carminativo, antiespasmódico, em gastrite, constipação, em reumatismo, inflamação das mucosas do trato urogenital e, eventualmente, como diurético e galactagogo, além de estimulante do apetite. O infuso das partes aéreas é também indicado contra catarro, em casos de tosse, coqueluche, rouquidão (chá adicionado de gemada, uma gema de ovo batida com açúcar), em casos de inflamação das vias urinárias, e para casos de frieira. Externamente, o infuso é recomendado para banhos
Como gargarejo em inflamações da garganta e aftas, bem como na preparação de compressas para feridas.
O extrato alcoólico pode ser incorporado em pomadas para o tratamento de feridas de difícil cicatrização.


Composição química: 
Nas partes aéreas: óleo essencial contendo linalol, estragol, eugenol, pineno, cineol, lineol, cinamato de metila, etc.; flavonóides principalmente xantomicrol e heterosídeos da quercetina e do kaempferol; cumarina (esculetina);
Análise alimentícia sobre 100 g de folhas frescas: calorias 43, água 86,5%, proteínas 3,3g, lipídeos 1,2g, hidratos de carbono 7g, fibras 2g, cinzas 2g, cálcio 320mg, fósforo 38mg, ferro 4,8mg, sódio 12mg, potássio 429mg, caroteno 4500ug, tiamina 0,08mg, riboflavina 0,35mg, niacina 0,80mg e ácido ascórbico 27mg.


Ações farmacológicas: 
A atividade anti-ulcerogênica de extratos aquosos e metanólicos das folhas parece estar relacionada aos flavonóides presentes.
O óleo essencial possui atividades anti-helmíntica, antifúngica in vitro e antimicrobiana.


Interações medicamentosas: 
não há relatos

Efeitos adversos e/ou tóxicos: 
Nas doses indicadas não apresenta toxicidade. Evitar o uso do óleo essencial. 

Contra-indicações: 
o chá não é adequado durante a gravidez. 

Posologia e modo de uso: 
O infuso é preparado com 1 – 2 colheres de chá (2 – 4 g) de folhas rasuradas adicionadas a 150 ml de água fervente, se necessário use durante 15 dias e faça uma pausa de 7 dias.
pode ser usada a tintura de alfavaca para tratar micose de unha, uma gota embaixo da unha 2 vezes ao dia. 


Observações: 
O uso deve ser de folhas frescas. 


Referências:
ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

BISSET, N.G. (Ed.) Herbal Drugs and Phytopharmaceuticals. 4.ed. Stuttgart Medpharm, Boca Raton: CRC Press, 1994.

CORDEIRO, H.M. et al. Atividade antifúngica in vitro de óleos essenciais contra o gênero Tri-Chophyton. In: XIV SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL,1996, Florianópolis. Resumos. p. 151.

GIRRE, L. La Santé Par Les Plantes. Rennes: Edilarge S.A., 1992.

HOPPE, H. A. Taschenbuch der Drogenkunde. Berlin: Walter de Gruyter, 1981.

NAKAMURA, C.V. Atividade antifúngica do óleo essencial de Ocimum gratissimum L. In: In: XIV SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL,1996, Florianópolis. Resumos. p. 125.

POUSSET, J. L. Plantes Medicinales Africaines: Utilization Pratique. Paris: Agence de Cooperation Ellipses Culturelle et Technique, 1989.

THESEN, R.; SCHULZ, M.¡ BRAUN, R. Ganz oder teilweise negativ bewertete Arzneistoffe. Basilicumöl Pharm. Ztg., v.137, n.38, p.2-2900, 1992.

VAN HELLEMONT, J. Compendium de phytothérapie. Bruxelles: Association Pharmaceutique Belge, 1986.

http://www.tropicos.org Acesso em: 17 de maio de 2011.

http://www.hawriverprogram.org/NCPlants/Ocimum_basilicum_page.html Acesso em: 03 de junho de 2011.

Alecrim (Rosmarinus officinalis L.)

ALECRIM

Nome Científico: 
Rosmarinus officinalis  L.

Família botânica: 
Lamiaceae (Labiatae)

Sinonímias: 
Salvia rosmarinus (L.)Schleid.


Nomes populares: Rosmarino, rosmarinho, alecrim-de-jardim, alecrim-de-cheiro, alecrim-da-horta, alecrim-rosmarinho, rozmarin, rosmarino, erva-da-graça, etc

Origem ou Habitat: 
o alecrim vegeta espontaneamente em terrenos pedregosos e arenosos no litoral dos países mediterrâneos, entre o norte da África e sul da Europa. A espécie está aclimatada ao Brasil, sendo cultivada em hortas e jardins(SILVA JUNIOR, 2003).

Características botânicas: 
Subarbusto lenhoso, ereto, pouco ramificado, perene medindo cerca de 1,5 m de altura. Folhas com 1,3 – 4 cm de comprimento e 0,1 – 0,3 cm de largura, lanceolada, opostas cruzadas, sésseis simples, lineares, coriáceas, com margens recurvadas, face superior verde rugosa, face inferior esbranquiçada. Inflorescências axilares, do tipo racemo, flores azuladas, pequenas, cerca de 1 cm de comprimento. 

Partes usadas: 
Ramos com folhas e flores.


Uso popular: 
O uso interno das folhas é indicado como carminativo, antiespasmódico, colerético, colagogo, antifebril, antimicrobiano, diurético, tônico, calmante, em distúrbios estomacais, cardíacos, em dores de cabeça e em bronquites. As folhas são usadas também como condimento.
Externamente, as folhas são usadas para a lavagem de feridas, afecções do couro cabeludo, em olho vermelho em pessoas com pterígio, em banhos para dores musculares.
Externamente usar a tintura das folhas com álcool de cereais ou cachaça para dores musculares e articulares.
As folhas secas, na forma de saches, são usadas para espantar insetos em guarda-roupas e como defumador, quando a planta é queimada diretamente. 


Composição química: 
As folhas do alecrim apresentam até 2,5% de óleo essencial, cujos principais constituintes são 1,8-cineol (= eucaliptol, 15 a 30%), cânfora (15 a 25%), alfa pineno (até 25%) e outros monoterpenos. Outras substâncias presentes no alecrim são flavonóides, taninos de Labiatae (derivados do ácido rosmarínico), lactonas diterpênicas, diterpenos fenólicos carnosol e ácido carnósico, ácidos e alcoóis triterpênicos. 

Ações farmacológicas: 
Preparações com a planta apresentaram, em animais, ações espasmolítica sobre as vias biliares e intestino delgado, efeito inotrópico positivo e aumento da circulação coronariana, forte ação antioxidante e ação anti-inflamatória por inibição das enzimas LOX e COX-2 (cicloxigenase) e, em humanos, ação revulsiva e estimulante da circulação sanguínea, quando empregadas externamente. A absorção percutânea de constituintes do óleo essencial de alecrim está sendo estudada, indicando provavelmente, a relevância da terapia de banhos de imersão
Em ratos mostrou atividade antiedematogênica e analgésica(XVI SBPM FM 214, 2000).


Interações medicamentosas: 
Não há relatos de interações medicamentosas na literatura consultada.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: 
O uso interno de óleo essencial acarreta riscos de gastrenterite, nefrite e crises epileptiformes.

Contra-indicações: 
É contra-indicado o uso do óleo essencial e de infusão com folhas de alecrim durante a gravidez, colite, inflamação da mucosa intestinal, problemas de próstata e em pessoas com epilepsia. O banho é contra-indicado em situações onde há ferimentos extensos, doenças de pele agudas de causa desconhecida, doenças infecciosas e febris.

Posologia e modo de uso: 

Uso interno: usam-se as sumidades floridas ou a ponteira dos ramos (2 g) na forma de infusão, em 150 ml de água, administrando-se duas vezes ao dia, entre as refeições.
Uso externo: sob a forma de óleo, pomada ou banho de imersão, é popularmente indicado no combate de caspa e prevenção da calvície; sob a forma de compressas, em feridas de difícil cicatrização e eczemas.
Para o banho de imersão, prepara-se um decocto com 50 g das folhas em 1 litro de água, abafar por 15-30 minutos, coar e adicionar ao banho.
Alcoolatura: fazer compressas em dores reumáticas, artralgias, contusões.


Observações: 

Os principais componentes antioxidantes dos extratos de Alecrim são os diterpenos fenólicos carnosol e ácido carnósico (The EFSA Journal (2008) 721, 1-29). 


Referências:
AGUILAR, F. Use of rosemary extracts as a food additive: Scientific Opinion of the Panel on Food Additives, Flavourings, Processing Aids and Materials in Contact with Food. The EFSA Journal. [S. I.], 12 jun 2008, n. 721, p. 1-29.

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

BISSET, N.G. (Ed.) Herbal Drugs and Phytopharmaceuticals. 4.ed. Stuttgart Medpharm, Boca Raton: CRC Press, 1994.

BRUNETON, J. Pharmacognosie Phytochimie Plante Médicinales. 2.ed. Londres: Technique et Documentation Lavoiser, 1993.

IN XVI SIMPÓSIO BRASILEIRO DE PLANTAS MEDICINAIS, FM 214. Recife, PE, 2000.
GIRRE, L. La Santé Par Les Plantes. Rennes: Edilarge S.A., 1992.

SILVA, A. M. O. et al . Efeito do extrato aquoso de alecrim (Rosmarinus officinalis L.) sobre o estresse oxidativo em ratos diabéticos.Revista de Nutrição ,v. 24, p. 121-130, 2011.

SILVA JUNIOR, A.A. - Essentia herba: Plantas Bioativas. Florianópolis: Epagri, 2003.

SIMÕES, C.M.O. et alPlantas da Medicina Popular do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS, 1986.

TYLER, V. E. The Honest Herb.: A sensible guide to the use of herbs and related remedies. 3.ed. New York: Pharmaceutical Products, 1993.

WAGNER, H.; WIESENAUER, M. Phytotherapie: Phytopharmaka und pflanzliche Homöopathika. Stuttgart: Gustav Fischer, 1995.

http://www.tropicos.org - Acesso em: 15 de abril de 2011.